terça-feira, 22 de setembro de 2009

O Dia Europeu Sem Carros

O dia europeu sem carros. O que pensar desta fantochada?
É a Europa institucional no seu lamentável pior. É aquele dia do ano em que todos se lembram da ecologia, para poderem passar os restantes 364 a ignora-la. A intenção é ter menos carros nas cidades. Mas que tal arranjar-se um sistema de mobilidade que sirva as pessoas? Transportes eficazes onde as pessoas não se sintam tratadas como gado. Transportes que não acabem pouco depois da meia noite e onde as pessoas não se sintam ameaçadas. Lisboa, por exemplo, é a capital em que os principais transportes públicos acabam todos pontualmente por volta da uma da manhã. A intenção não pode ser outra senão a de quererem obrigar as pessoas a dormir. A manterem-se adormecidas, se é que me faço entender.

Inventa-se um dia para festejar de forma provinciana, para quebrar a rotina, para pôr as criancinhas a papaguear frases feitas roboticamente e para os papás suburbanos estrearem as bicicletas recém-compradas na Decathlon. Durante o resto do ano volta-se à vida real. Ao recolher obrigatório à noite e à sardinha em lata de dia.

Os nossos líderes aproveitam a ocasião para fazer operações de charme, para andar dez minutos no metropolitano, à guarda de seguranças e evitando os subúrbios feios. Os únicos minutos nos transportes colectivos num ano inteiro. De volta à vida normal, deslocam-se em veículos alemães de cilindrada não inferior a dois mil centímetros cúbicos e alimentam o lobby do petróleo.
Compram guerras com países sub-desenvolvidos para lhes roubar os recursos. Merda de gente esta em quem as nações votam.

Eu sou pela destruição do planeta. Votar de nada vale, por isso resta-me a esperança de contribuir para o fim das realezas político corporativas realmente responsáveis pela situação, que nos iludem ao vender-nos este tipo de merdas. A melhor forma de o conseguir é extinguindo a raça humana. O planeta, mais milénio, menos milénio, lá se endireitará outra vez. A Mãe Natureza não tem problemas de tempo como nós. Ela é sabia, paciente, trabalha de forma lógica e competente, e continuará sempre a ser. Sempre de forma bela e esplendorosa.

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