sábado, 25 de abril de 2009

A escolha é sua!

De acordo com as sondagens, cerca de 65% dos eleitores não fazem tenções de votar nas europeias. O dado é revelador do actual estado de coisas e a única surpresa aqui é o facto de aparentemente haver ainda gente que se mostra surpreendida com a situação: as nações europeias desconhecem profundamente o que é e o que se passa na Europa e, naturalmente, desinteressam-se; mas o mais importante é a crescente evidência de que estes indicadores poderão querer significar o facto de as pessoas cada vez menos se identificarem com o actual tecido político - o local em primeiro lugar; o federal por arrasto - e as europeias, quer se queira, quer não, são tudo menos atractivas, são aquelas eleições em que os partidos apresentam aqueles nomes apenas relativamente importantes das vidas políticas nacionais e os mandam para fora para debater uns assuntos, transformando o dito sufrágio assim numa espécie de Taça UEFA da actividade política: uma competição reconhecidamente prestigiante mas claramente de segunda. Bem vistas as coisas, os resultados visíveis do trabalho dos vencedores destas eleições vão ser aberrações como a decisão sobre o tamanho europeiamente aceitável de uma batata ou que idiotices imprimir num maço de tabaco. É assim que os europeus vêem a Europa e é natural que a estejam a boicotar. Ainda para mais no actual contexto mundial, com toda a gente a aperceber-se, de forma mais ou menos esclarecida, de que o sistema falhou e que a Europa foi impotente (ou incompetente) e deixou-se ficar, a ver o desastre acontecer.

Colateralmente, cresce o apoio às forças políticas extremistas, quer à direita (que acredita que a solução é um estado mais severo e mais forte), quer à esquerda (que acredita que a solução é um estado mais severo e mais forte). O povo, zangado, acaba por aderir com facilidade a quem lhes promete rupturas implacáveis com o actual status quo. Mas quem vai provavelmente segurar a situação e fazer com que a coisa se mantenha remendada por mais algum tempo vai ser a acomodada pequena-burguesia maioritária que, assustada, paralizada e completamente hipnotizada pelos dequeéqueprecisas, pelos quemézonestáon e por outras merdas pegajosas do género, não vai querer sair do seu transe alienado:

Tenho recentemente reparado em anúncios pelas redes sociais a incitar ao voto nas eleições europeias. Parece que estão a tentar vender aquilo (as eleições europeias) assim como se de uma empolgante causa pop se tratasse, tipo a votação para as 7 Novas Maravilhas mas com um não sei bem o quê de betandwin. A comunicação é de tal forma estupidificante que é bem provável que funcione. Fosse a votação feita por SMSs de valor acrescentado e quem sabe se não teríamos aqui um caso sério de sucesso, quero dizer, de mobilização e cidadania genuínas! É o desespero para manter a euromáquina a funcionar numa altura em que ninguém parece muito disponível para querer atribuir-lhe importância.

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Cinema em Perdição II

Mas o que é que me interessa a vida de putanheiro do Salazar?

Pró caralho!

quarta-feira, 22 de abril de 2009

terça-feira, 21 de abril de 2009

Crise

Debate europeu na RTP. É confrangedor ver a direita a tentar argumentar que a crise mundial nada teve a ver com a falta de regulação da actividade financeira. Que montes de merda, este nuno melo e este paulo rangel.

Piquininos, piquininos.

sábado, 18 de abril de 2009

Cinema em Perdição

Mais um filme português. Uma vez mais uma adaptação, uma vez mais alicerçado no imaginário suburbano-deprimente, uma vez mais com actores de aviário, uma vez mais pauperrimamente escrito, uma vez mais com um trailer capaz de fazer toda a gente fugir a sete pés:

"...o Simão era super-bonito, não tinha medo de nada..."

Pró caralho!

sexta-feira, 17 de abril de 2009

A nova aristocracia portuguesa

A portugalidade está a ser invadida por uma nova categoria de figuras públicas: as filhas de detentores de cargos directivos na RTP.

Começou tudo com Serenella Andrade, que se celebrizou a apresentar os Jogos Sem Fronteiras e o Totoloto. Analisando, concluímos que se trata de uma sucessão relativamente lógica de acontecimentos: por vias mais ou menos mafiosas, uma carita laroca, filha da prata da casa, é posta a apresentar umas coisas. Mas até aqui tudo bem, a situação apenas se torna verdadeiramente preocupante quando analisamos o darwinismo da espécie e a forma como se tem desenvolvido, ora vejamos: Segunda vaga - Catarina Furtado. Subitamente, uma filha de detentor de cargo directivo na RTP já não é um mero bibelot televisivo mas sim uma multidotada superestrela. Catarina serve de repórter, serve de jornalista, serve de apresentadora de concursos, talkshows e galas, serve de actriz de filmes e novelas, serve de poetisa escritora de canções, serve de escritora contadora de histórias, serve de manequim, serve de menina bonita e serve de femme fatale também quando é preciso. Ídolo juvenil, modelo a seguir, motivo de onanismos, desejada pelos homens e invejada pelas mulheres. A sua omnipresença é insuportável. A sua forma empinada, pindérica e maternalista de comunicação insulta a inteligência de gente com QI inferior a 65. Mas não nos ficamos por aqui porque a sucessora já está à vista dos olhos de todos: Sílvia Alberto. Bonequita perfeita, brilha e deslumbra por onde quer que passe, é a nova namoradinha saltitante de Portugal, pronta a florir e dar fruto. Esperemos uns anos e depois voltamos a falar.

quinta-feira, 16 de abril de 2009

De boas intenções está o Inferno cheio

Há muitos anos atrás houve um programa de culinária na RTP que ficou para sempre na minha memória. Acho que se celebrava na altura uma efeméride qualquer relacionada com as doenças do coração e o projecto era simples: cozinhar sem sal. Para o efeito, juntou-se a Filipa Vacondeus a umas velhas de aldeia que lá tentaram fazer um cozinhado. Encheram a panela de todas as ervas e mais algumas, de todas as hortas da redondeza, por forma a encontrar um substituto à altura que tanto agradasse ao olfacto como ao palato.

No final, todas provaram e todas, de semblantes mal convencidos, concordaram: uma areiazinha de sal nunca fez mal a ninguém.

Escolhas

Uma pessoa não é estúpida. Quero dizer, não é irremediavelmente estúpida; não é estúpida a tempo inteiro, da mesma forma como se é careca ou benfiquista. Participa antes, circunstancialmente, da categoria de estupidez - ou tem momentos de estupidez, se assim preferirem. Essa estupidez, no entanto, pode ser voluntária ou involuntária, ponderada ou irreflectida, mais ou menos assídua.

Por favor expliquem-me porque é que a Manuela Moura Guedes decidiu aproximar as feições do seu rosto às de um batráquio? Voluntário? Involuntário? Ponderado? Irreflectido? Qualquer uma das possibilidades não faz sentido; mas trata-se de algo definitivo. Numa situação normal até sentiria alguma compaixão... a cirurgia estética é lixada e por vezes prega partidas, bem sabemos, mas tratando-se a vítima de uma vaca presunçosa e arrogante é quase macabra esta pequena felicidade que sinto pela desgraça alheia: fez-se justiça!

Depois dos trinta, tens a cara que mereces.

Estou a cagar-me

Foram alguns os anos que passaram até decidir criar um blog. E apenas poderia ser sobre isto: mandar gente à merda. O que me prendeu foram os escrúpulos - aquela coisa da cobardia de me esconder atrás de uma identidade obscura. Finalmente cedi. Decidi fazer como os outros, decidi reservar-me o direito ao cinismo e dizer o que me apetece. Estou farto de ser boa pessoa - estou-me a cagar, como se diz nos dias de hoje. Sejam bem-vindos. Mas não pensem que estão a salvo.