quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Retenção (de vida) na fonte

Há algum tempo, vi uma notícia num jornal onde se lia que o número de interrupções voluntárias da gravidez tinha disparado no início do ano. A razão é, acertaram: a Crise. A vida está cara, de tal forma que o acto de procriar foi despromovido de processo natural no âmbito da renovação e evolução da espécie; para mero embaraço financeiro, na actual sociedade de consumo.

Agora, a deliciosa (e dolorosa) ironia disto tudo. A família política que, alegando motivos de elevação ética e dogmática, tão ferozmente agitava a bandeira da dignidade humana e do direito à vida do espermatozóide durante a campanha anti-aborto, é a mesma que alimenta o trabalho precário e se alimenta do recibo verde, é a mesma que não soube fazer contas e negligentemente nos precipitou para esta crise que agora obriga os nossos jovens e enrascados casais a irem para os hospitais e centros de saúde preencher formulários para solicitar IVGs.

Antes apenas podia acusar-vos de estupidez. Agora posso acusar-vos de crime contra a humanidade. Era por isto, afinal, que eram do contra - estava já a pesar-vos a consciência em adiantado.

Filhos da puta, vão todos para o caralho!, e este que vos foda todos os dias, incluindo no Inferno!

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